domingo, 15 de julho de 2012

Capítulo 23


Capítulo 23 

 Chantagem


Mais um dia chato em casa, absolutamente nada pra fazer, nada de trabalho, eu já havia saído pra caçar... Tédio maior que aquele não podia existir. Estava andando pelo pátio quando minha querida irmãzinha apareceu, com seu sorriso cínico no rosto e me parou.

_Que é em? Não tem mais o que fazer não?_ reclamei.
_Na verdade não_ ela sorriu.
_O que você quer?_ perguntei impaciente.
_Uma luta, eu e você.
_Como é?
_Como nos velhos tempos, até tomei a liberdade de pegar suas coisas_ ela colocou a caixa na minha mão_ Eu quero mostrar pra todos como eu derrubo você num piscar de olhos.
_Você pirou de vez né? Eu não vou lutar com você.
_Não é uma sugestão, é uma ordem. Eu vou acabar com você na frente de todos e mostrar pro papai que a melhor lutadora de todas sou eu.
_Faça-me rir, só pode ser piada, você não manda em mim.
_É um favor em troca de outro favor_ ela disse_ você luta e eu fico de boca fechada. Não acha justo?
_Você não presta_ acusei.
_Olha quem fala. Então como vai ser?
_Ta bem, vamos lutar maninha.

Ela sorriu satisfeita e os fomos até a parte mais aberta do pátio. Dentro da caixa que ela me dera tinha uma coisa que eu não tinha muitas oportunidades de usar, um presente do mau pai que eu adorava, era muito prático. Ela também tinha uma enorme caixa na mão.

_Demi você vai mesmo fazer isso?_ a Selena perguntou.
_Vai ser divertido cortar a cara dela_ sorri.
_Você é louca, se ela se zangar você pode...
_Eu não tenho medo dela_ interrompi_ eu precisava mesmo de algo pra fazer, o dia tava muito sem graça, uma emoçãozinha é sempre bom.


Ela sacudiu a cabeça e bufou mais eu ignorei. Coloquei a caixa no chão e antes de abrir tirei minhas botas, ficando descalça, ia facilitar os movimentos, ela fez o mesmo. Então abri a caixa. Dentro, enrolada cuidadosamente estava uma enorme corrente, presa em cada ponta dela tinha uma lâmina bem afiada. Eu adorava usar isso pra lutar com os vira-latas quando era necessário, mais devido ao trato era difícil então estava feliz por isso. Na caixa da Taylor também tinha um brinquedinho que ela adorava, uma espada enorme e bem afiada. 

_Você vai se arrepender querida_ ela disse.
_Veremos quem vai se arrepender_ sorri.

Começaram a fazer uma roda a nossa volta, é isso que acontece quando se junta um bando de vampiros desocupados. Eu segurei firmemente a corrente, ajeitando ela em minhas mãos, a girei devagar, fazendo pequenos movimentos apenas pra aquecer, as duas laminas voavam de um lado pro outro fazendo um barulho no ar. Ela também ajeitou sua espada, a segurando firmemente e a rodando habilidosamente, em movimentos tão rápidos que um humano não enxergaria.

_Pronta?_ perguntou confiante.
_Pronta_ respondi no mesmo tom, ela se arrependeria de ser tão pretensiosa.

Ela partiu pra cima de mim com a espada, tentou me acertar uma vez mais eu desviei na hora, ela se virou rapidamente, tentando me cortar de novo mais eu prendi a sua espada com a corrente impedindo que ela se movimentasse. 

_Vamos maninha, onde esta sua força?_ provoquei_ não disse que andou praticando?


Ela puxou a espada com força, mais ela não soltou, eu dei um impulso forte a fazendo voar na direção da parede e fazer um barulho ensurdecedor. Óbvio que a parede ficou com um buraco, meu pai não gostaria disso, mais valia a pena. Ela se levantou, nada machucada, só mais irritada e veio de novo pra cima de mim, tentado cortar meu rosto, eu desviei, mais ela me pegou de surpresa e me deu uma rasteira, me derrubando no chão. Pegou a espada com as duas mãos, ia enterrá-la na minha cara, mais eu girei pro lado e ela só conseguiu fazer um pequeno corte no meu braço. Aproveitei que sua espada ficou presa no chão e me levantei, dando um chute em suas costas, a fazendo se desequilibrar. 

_Você realmente praticou_ falei.
_Não deveria duvidar de mim, eu nunca minto_ sorriu.
_Isso ai não é verdade, já esta mentindo viu? 
_Cala boca e luta_ ordenou.
_Você que manda.

Ajeitei a corrente em minhas mãos e voltei a rodá-la enquanto andava em sua direção, ela ia desviando agilmente da corrente, até que em um erro ela passou a todo velocidade por seu rosto, deixando um enorme corte da base do queixo até o olho. Ela colocou a mão, sentindo um pouco de dor. 

_Isso deve ter doido_ ri.
_Desgraçada_ ela gritou.

Podia ouvir os gritos, palmas e risos da nossa pequena platéia. Não ajudou no auto controle da Taylor, ela segurou a espada firmemente e veio pra cima de mim, eu prendi novamente a espada com a corrente e a puxei com força, fazendo com que ela saísse de sua mão e voasse no ar. Dei um salto e segurei sua espada no ar, caindo por cima dela, a fazendo bater com as costas no chão. Girei a corrente com uma mão, e a espada com a outra, encostando ela em seu pescoço, e escorando meu pé em seu peito, a pressionando no chão e a impedindo de levantar. A essa altura o corte no meu braço já havia sumido e o do seu rosto estava começando a desaparecer. Ela me olhou com raiva enquanto todos aplaudiam e riam da cara dela.


_É melhor você me deixar ganhar ou eu juro que vai se arrepender_ ela sussurrou em um tom muito baixo, só pra que eu entendesse do que se tratava.
_O que você vai fazer? Me bater?_ ri.
_Eu conto pra todo mundo o seu segredinho_ ela ameaçou.
_Conta_ eu ri_ eu não tenho medo de você.
_Pois deveria_ ela disse.
_Olha aqui, se você quizer contar conta_ ergui os ombros_ mais chantagem barata comigo não funciona entendeu? Não tenho medo dessa sua carinha de gata zangada. 
_Idiota_ ela gritou.
_Foi você quem pediu.

Ergui a espada com toda força que pude e então enterrei ela em sua mão, que estava pousada sobre o chão. Ela soltou um grito agudo, todos arregalaram os olhos.

_Um a um maninha_ falei e dei as costas pra ela.
_Você me paga desgraçada_ ela gritou agoniada.
_To esperando, vem com tudo_ disse enquanto me afastava.

Peguei minha bota e estava indo pro meu quarto guardar minha corrente e tomar um banho quando meu pai me parou, não parecia muito contente.

_O que foi isso Demetria? Você enlouqueceu?
_Não precisa fazer essa cara, cinco minutos e ela não vai sentir mais nada.
_Não é disso que se trata, como você faz uma coisa dessas com sua irmã?
_Foi ela que pediu, ela que provocou, então dei o que ela queria. Agora com licença.

Não deixei que ele falasse mais nada, só fui pro meu quarto e tomei um banho relaxante.


Narrado pelo Joe

Acordei cedo como sempre, tomei um banho, vesti meu jeans e uma blusa azul de botões. Como não era um costume meu usar camisa a deixei aberta, era mais confortável. Tomei meu café rapidamente e fui correndo até a casa secreta, sem me transformar, ainda assim era rápido. Dei a volta na casa, a Demi já estava lá, saindo da cachoeira só de calcinha de sutiã, toda molhada. Ela me viu e sorriu.

_Bom dia_ falou.
_Bom dia.
_Você demorou então resolvi dar um mergulho.
_Tudo bem.
_Quer nadar?_ perguntou.
_Não, obrigado.
_Ta bem, então vou me trocar pra gente dar uma volta.
_Eu espero aqui_ falei.

Ela pegou a roupa do chão e me deu um selinho ao passar, indo na direção da casa a passos humanos. Eu esperei um minuto mais então não agüentei e entrei na casa, pela porta dos fundos, que dava direto no quarto. Ela estava de costas pra mim só de calcinha, vestindo uma blusa curta e soltinha que ficava com a manga caída. Ela se virou ao perceber minha presença. Seu corpo perfeito, descoberto era como um convite que eu era cruelmente obrigado a recusar. Eu suspirei.

_O que foi?_ ela perguntou, analisando minha expressão.
_Nada_ respondi baixo.
_Tem certeza?
_Tenho, não é nada não_ forcei um sorriso.

Em um daqueles seus movimentos rápidos e desconcertantes ela estava na minha frente, eu podia sentir seu corpo quase encostando no meu.

_Você sabe que pode me contar qualquer coisa né?
_Sei sim, mais... Não é nada.


Ela se aproximou mais de mim e me abraçou, envolvendo seus braços na minha cintura por dentro da minha camisa, e escorando sua cabeça em meu peito. Eu mantive minhas mãos no lugar, sem tocá-la, eu tinha medo de não conseguir me controlar e ela ficar com raiva. Ela se afastou, percebendo minha indiferença ao seu abraço.

_Qual o problema em?
_Nenhum, é melhor você se vestir pra nós irmos_ falei.

Ela me fitou agora séria, depois olhou pra si mesma e me encarou mais uma vez, provavelmente percebendo qual era o meu problema. Ela estendeu a mão pra tocar meu rosto e deu um leve sorriso.

_Você não é muito bom nisso né?
_Em que?_ perguntei sem entender.
_Em ser paciente.
_Que descoberta_ eu revirei os olhos.
_Você será bem recompensado_ ela sorriu fraco.

Eu não resisti e me aproximei e a beijei, a segurando pela cintura, ela correspondeu, mais pareceu um pouco assustada com minha reação. Eu a soltei de repente, me odiando por ser tão imbecil.

_Desculpa_ pedi_ eu sou um imbecil, vou esperar lá fora.
Eu me virei pra sair do quarto mais ela segurou minha mão.
_Espera.


Narrado pela Demi

Eu segurei sua mão pra que ele não saísse. Sua expressão de martírio, incrivelmente linda fez meu coração bater mais depressa.

_Você não precisa sair_ eu disse.
_Não, mais é melhor que eu vá.
_Você não entendeu_ sussurrei enquanto o afastava da porta_ eu não quero que você vá.
Ele suspirou parecendo cansado.
_Olha, você tem todo direito de estar com raiva de mim, eu te dou razão... Minhas duvidas, minha falta de controle, meu mau humor... Mais eu não faço por mal, você sabe né?
_Eu não tenho raiva de você Demi_ ele estendeu a mão pra tocar meu rosto_ pelo contrario, eu sinto raiva de mim por não poder te ajudar, fazer algo que torne isso mais fácil pra nós dois. 
_Não é sua culpa_ falei.
_Não é sua também_ ele abaixou as mãos, colocando elas no bolso da calça e virando o rosto pra encarar as paredes brancas_ é só que é assim que as coisas são.
_Não gosto de te ver triste_ cheguei mais perto dele e estendi minhas mãos, mais ele as segurou antes que alcançassem seu rosto.
_Não quero que faça nada só pra me agradar_ falou sério.

Ele soltou minhas mãos e colocou as suas de volta no bolso.

_Eu não estou tentando te agradar.
_Então esta tentando me enlouquecer?_ ele perguntou agoniado.
_Eu não sabia que te fazia tanto mal_ disse triste.
_Você não me faz mal Demi, pelo contrario. Só que... Eu não sei mais o que fazer.
_Mas eu sei.


Eu me aproximei e o beijei com vontade, ele correspondeu mais não estava tão empolgado como sempre, e manteve suas mãos cuidadosamente no bolso.

_O que isso quer dizer?
_Que não quero mais ter medo, que não quero mais perder meu tempo imaginando o que vai acontecer, quer dizer que amo você e... Que eu sinto muito por te fazer sentir mal, eu quero você pra sempre.

Ele não pensou duas vezes, me abraçou pela cintura e me beijou. Eu arranquei sua blusa com força fazendo ela se rasgar e joguei no chão. Ele me segurou com força, me pegando no colo, e eu prendi minhas pernas firmemente em volta de sua cintura, enquanto minhas mãos se prendiam em seu cabelo. Ele me carregou até a cama sem parar de me beijar então me jogou nela delicadamente e se deitou por cima de mim. Ele foi descendo os beijos devagar, me causando uma sensação inexplicável, segurou minha blusa e a puxou pra cima, depois a jogou no chão junto da sua. Sua mão acariciava delicadamente todo meu corpo, subindo da perna até minha cintura, depois até meu seio. Enquanto sentia seu corpo grudado no meu, suas mãos no meu corpo, sua boca na minha, em minha pele eu me arrependi de ter perdido tanto tempo com a minha indecisão, meu mau humor, estando ali com ele, eu esqueci de todos os meus problemas, só nos dois era o que realmente importava.

Capítulo 22


Capítulo 22 

 A conversa


Eu acordei preocupada se a Taylor contaria alguma coisa pro meu pai, o que ele faria se soubesse. Mas mesmo assim me arrumei e sai, não podia adiar aquela conversa. Fui até a casa secreta, e ele já estava lá me esperando, sentado na grama, olhando a cachoeira. Eu me sentei do lado dele.

_Oi_ falei.
_Por que você não me contou que era seu aniversário?
Pelo visto ele não estava com humor pra enrolação.
_Por que não, pra que falar?
_Você achou que o vira-lata não merecia saber?_ ele me olhou a primeira vez.
_Não é nada disso.
_Então o que é?
_Eu não gosto de comemorar meu aniversário, só faço por causa do meu pai, eu não te falei porque não era importante, porque eu não queria presente, nem parabéns.
_Porque não? Qual o problema?
_Fazer aniversário perde a graça quando você para de envelhecer_ encarei a cachoeira sem ver nada.
_Eu não entendo_ ele confessou.
_Quantos anos você tem Joe?
_Bom, eu parei de envelhecer aos vinte, de lá pra cá se passaram quinze anos, então... Trinta e cinco.
_Então você ainda não é capaz de entender.
_Entender o que?
_Eu parei de envelhecer aos dezoito. Continuei a comemorar meus aniversários normalmente até os cinqüenta quando achei que já não havia mais sentido nisso. Meu pai insistiu, ele adora um motivo pra comemorar, pra fingirmos que somos normais e felizes, então disse que eu tinha que continuar comemorando, mesmo contra minha vontade.
_Quantos anos você tem afinal?
_Desde que parei de envelhecer se passaram cento e trinta e dois anos, então... Cento e cinqüenta anos.

Ele me fitou por um momento, processado o que eu acabara de dizer, sua expressão estava vazia. Então sem mais nem menos ele sorriu.


_Você é muito moderninha pra quem nasceu no século passado_ ele disse sorrindo.
_Muito engraçado_ eu revirei os olhos e me levantei.
_Desculpa_ ele pediu e se levantou também.
_Eu só não vejo mais motivo pra comemorar, é só mais um dia como outro qualquer, eu não envelheço, não mudo, eu não vou morrer nunca. 
_Eu acho que entendo. Mais mesmo assim você esta errada.
_Errada?
_Tudo sobre você é importante pra mim, cada detalhe, e eu quero saber tudo.

Eu não pude evitar sorrir pra ele, seu jeito divertido e meigo me fazia esquecer meus medos e meus problemas, mesmo que por pouco tempo.

_Bom, mais não foi pra falar do seu aniversario que eu te chamei aqui.
Eu bufei e revirei os olhos, estava demorando.
_Não adianta fazer essa cara, agente tem que falar sobre isso_ ele insistiu.
_O que você quer que eu diga? Que ta tudo bem? Então ta, está tudo ótimo_ disse com raiva.
_É isso, eu quero que você pare com isso, essa ignorância, eu quero conversar não brigar, será que é tão difícil?_ ele respondeu no mesmo tom.
_Eu não sei o que dizer_ confessei.
_Só me diz por que todo esse estresse, eu já te expliquei que não senti nada, que não doeu, não sobrou nem sequer uma marca, porque tanta raiva?
_Não é disso que se trata_ falei.
_Então sobre o que é?
_Eu não posso fazer isso de novo, eu não consigo_ tapei meu rosto com as mãos.
_Demi, por favor, fala comigo_ sua voz estava agoniada, e suas mãos tentaram afastar as minhas do meu rosto_ por favor?
_O que você sentiria se... _ eu tirei as mãos do rosto pra olhá-lo_ se você me visse machucada, não importa o tamanho, por menor que seja, e soubesse que foi sua culpa. Que foi você que me machucou, o que você acha que sentiria?
_Me sentiria um idiota_ ele confessou.
_Exatamente.
_É por isso?


_É, não importa que foi só um arranhão, que já sumiu. Eu não suporto a idéia de que eu te machuquei, de que eu poderia ter te matado por puro egoísmo.
_Egoísmo?_ ele repetiu sem entender o uso da palavra.
_Por que foi egoísmo de minha parte arriscar sua vida só pra saciar meu desejo, pra não ter que ficar sem você.

Ele me fitou atentamente, talvez pensando em algo pra dizer, eu não sei bem, sua expressão não me dizia nada, eu esperei paciente, que ele reclamasse, fizesse alguma coisa, mais ele só me olhou.

_Me desculpa_ ele disse depois de um tempo.
_Desculpar pelo que?
_Eu entendo você agora, eu sou idiota por ficar te perturbando com isso. Eu não queria te aborrecer, não sabia que era isso que te incomodava.
_E o que você achou que fosse?
_Pensei que talvez... Você não tivesse gostado, tivesse se arrependido.
_É claro que não_ sorri_ foi a melhor coisa que já me aconteceu em todos esses anos que vivi, conhecer você, nunca me arrependeria, faria tudo de novo. Desculpe se fiz você pensar errado.
_Eu queria que existisse um jeito mais fácil de... Lidar com isso.
_Não tem, eu vou ter que... Me acostumar, deixar de ser tão cabeça dura.
_Talvez ajude se você lembrar que eu sou um lobisomem, não um humano sem graça. Me destruir não é tão fácil quanto parece. E não vão ser marcas de unha que vão acabar comigo.
_As unhas podem não te incomodar, mais precisa tomar cuidado com os dentes.
_Os meus também são afiados_ ele sorriu.
_Você tem que levar tudo na brincadeira?
_É melhor que começar a discutir de novo.
_Por que você tem sempre que ter razão?
_Eu sou demais_ ele riu.
_É, você é demais_ concordei.

Então ele me beijou, eu ia ter que arrumar um jeito de lidar com essa minha sede incontrolável ou isso não acabaria bem, e ele teria que ser muito paciente comigo. Mais nós faríamos isso, e faríamos juntos, afinal de contas nós tínhamos todo tempo do mundo.


_Se eu te perguntar uma coisa, me responde sinceramente?_ ele disse um tempo depois, quando nossas bocas não estavam mais ocupadas.
_Claro, o que é?
_O que foi que você fez com meu pai afinal?
_Joe...
_Você prometeu_ ele lembrou.
_Isso não é justo_ protestei.
_Não, você não me contar o que houve é que não é justo.
_Ta bem eu conto.
_Ótimo_ ele sorriu satisfeito.
_Já faz alguns anos, nós fomos fazer um trabalho juntos. Eu, meu pai, o Nick, Paul, Denise e Kevin.
_Minha mãe?
_É, nós precisávamos dela, era parte do disfarce e como meu pai não permite que minha mãe participe dessas coisas, ela foi voluntária.
_Ah, e o Kevin também sabe?
_É, ele também tava lá. Depois de terminarmos o trabalho íamos pra casa resolver a partilha do dinheiro, mais uma coisa que vimos no caminho nos atrasou.
_O que era? O que vocês viram?_ ele perguntou curioso.
_Em um beco, duas pessoas mortas. Na verdade, um humano e um lobisomem, claramente mortos por um vampiro. Seu pai pirou, achou que tivesse sido um dos homens do meu pai. Deixamos o Nick, o Kevin e sua mãe cuidando de dar um sumiço nos corpos e nos afastamos um pouco, pra tentar conversar_ eu pausei.
_E o que houve?_ ele perguntou quando não continuei.
_Seu pai não quis ouvir, ele é muito apegado aos valores dele.
_Eu sei como é.


_Ele e meu pai começaram a brigar, e seu pai se transformou, foi pra cima do meu pai com tudo. Eu tentei usar o meu poder pra pará-lo, impedi-lo de se mexer mais como não costumava usar meus poderes não deu muito certo, seu pai era muito forte e estava descontrolado.
_Ele machucou seu pai?
_Não teve tempo, eu aproveitei um momento de distração dele, pra entrar em sua mente.
_O que você o fez ver pra que parasse?
_Sua mãe e seu irmão estavam longe de nós, o fiz pensar que nosso grupo tinha capturado os dois. Ele não conhecia minhas habilidades então acreditou.
_Ai ele parou? Não me parece tão ruim.
_Não foi só isso. Ele não parou, só ficou mais zangado. Então eu tive que apelar. Entrei na mente dele e matei os dois em sua frente.
_Como assim?
_O fiz pensar que os meus homens haviam matado o Kevin e sua mãe.

Ele parou por um momento, processando as informações que eu lhe dera.

_Mais, isso não deixaria ele mais zangado?
_Seria a reação certa, ele deveria ter pirado e tentado me matar mais ao invés disso ele... Ele só ficou lá parado, atônito, sem acreditar. Ficou em estado de choque ao pensar que sua família estava morta.
_Nossa.
_Ouvindo assim você pode pensar que não é tão ruim. Mais eu senti a dor dele, a dor que ele sentiu com aquilo, foi horrível. Me senti a pior criatura do mundo ao ver expressão vazia dele... O desespero.
_E o que houve depois?
_Meu pai pediu que eu continuasse mais eu não pude, só acabei com aquilo. Expliquei a ele que era tudo mentira. Ele se acalmou mais ficou sem falar conosco por um bom tempo. Até descobrir que quem matara o humano foi um recém nascido desconhecido e o lobisomem morrera tentando salvá-lo. Pediu desculpas pelo mal entendido e... Hoje estamos aqui.


_É por isso que meu pai odeia tanto os vampiros?
_A guerra entre as espécies já existia antes disso. Mas não era tão ruim pra nós, não ligávamos muito. Só que depois disso seu pai criou um ódio profundo contra nós e com razão.
_Que historia.
_É por isso que queríamos esquecê-la. É por isso que não gosto de usar meus poderes, porque sei como isso machuca as pessoas.
_Mesmo assim, meu pai tem um respeito especial por você. Diz que você é diferente dos outros, que sempre o tratou bem, com respeito.
_É verdade, depois desse episodio eu me expliquei pra ele, pedi desculpas e ele soube que eu estava sendo sincera. Não me atrevi a tratá-lo mal depois da dor que o causei.
_É uma pena que eles se odeiem tanto assim. Se não fosse essa briga não precisaríamos nos esconder.
_A união de duas espécies tão diferentes é algo estranho pra eles. Assustador, porque não sabem o que pode acontecer, o que pode sair disso.
_São um bando de ignorantes_ ele revirou os olhos.
_Não, eles tem bom senso, ao contrario de você que se senta aqui ao meu lado e conversa comigo, me beija, mesmo sabendo da vontade que tenho de te matar.
_Não vamos começar com essa discussão de novo né?_ ele fez careta.
_Não.

Capítulo 21


Capítulo 21 

 O aniversário


_Hei, alegria_ minha mãe disse_ hoje é seu dia. 
_Não começa mãe, não to com animo. 
_Não seja chata, é uma das poucas oportunidades que temos pra fazer uma comemoração. 
_Como se precisassem de motivo pra fazer uma festa_ revirei os olhos. 
_Você não era tão mal humorada assim. 

Nós estávamos no salão, todos juntos. Ele estava todo enfeitado, todo mundo arrumado pra comemorar o meu aniversário, só podia ser um pesadelo. 

Narrado pelo Joe
Passei a manha inteira entediado, esperando impaciente que as horas passassem. Não almocei direito e todos estranharam, eu era o que comia mais de todos eles. Eram mais ou menos cinco horas da tarde quando meu pai veio me chamar pra que fossemos resolver o assunto com os vampiros. 

_Depois do almoço né?
_É depois do almoço_ ele sorriu. 
_São cinco horas da tarde_ reclamei. 
_Você tem algum compromisso? Não né? Então para de reclamar, sabe muito bem que esse tipo de coisa é melhor fazer a noite. 
_Ta bem, vamos logo.

Chegamos lá rapidamente e eu me encontrava muito ansioso, eu queria tanto vê-la, ver seus lindos olhos, eu queria poder tocá-la. Estranhamente não havia ninguém na porta, sempre tinha um vampiro parado de vigia. Meu pai abriu o portão, não estava trancado, o pátio também estava vazio. Onde estava todo mundo? Andamos até o salão, podia ouvir um barulho vindo de lá. Meu pai abriu a porta devagar e nós entramos.

_Nossa_ ele deixou escapar.

Todos os vampiros estavam reunidos no salão, uma musica alta estava tocando, enquanto eles dançavam e bebiam. Lá na frente, no fundo do salão eu reconheci o Nick, tocando... Bateria. E a Demi que estava cantando ao ritmo da musica. Sua voz conseguia ser ainda mais linda cantando



                                                              I can't take your hand and
Eu não posso pegar sua mão e
Lead you to the water
Levá-lo até a água
I can't make you feel what you don't feel 
Eu não posso fazer você sentir, O que você não quer sentir,
But you know you wanna
Mas você sabe o que quer,
Find out how to crack me
Descobrir a forma de me invadir
Log in try to hack me
Faça o login e venha me hackear.

Underneath the surface
Abaixo da superfície
There's so much you need to know
Existe muito do que você precisa saber
And you might feel like you're drowning
E você pode sentir como se estivesse se afogando
But that's what I need to let go
Mas é disto que eu preciso para deixar você ir

Tell me what you got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
You just might need dynamite
Você só pode precisar de dinamite
Tell me what you got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
Kick senseless my defenses
Insensato derrubando minhas defesas

Tell me what you're gonna do
Me diga o que você vai fazer
I need you to light the fuse
Eu preciso de você para acender o pavio
Tell me what you've got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
You just might need dynamite
Você só pode precisar de dinamite

(Got dynamite)
Tenho dinamite
(Got dynamite)
Tenho dinamite
(Got dynamite)
Tenho dinamite

I can't paint this Picture
Eu não posso pintar esta foto
Just so you can hang it
Só assim você pode pendurá-lo
I can't wait for you to understand
Eu não posso esperar que você entenda
If you just don't get it
Se você simplesmente não compreende
Find out how to crack me
Descobrir a forma de me invadir
Log in try to hack me
Faça o login e venha me hackear

Underneath the surface
Abaixo da superfície
There's so much you need to know 
Existe muito do que você precisa saber
And you might feel like you're drowning
E você pode sentir como se estivesse se afogando
But that's what i need to let go
Mas é disto que eu preciso para deixá-lo ir

Tell me what you've got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
You just might need dynamite
Você só pode precisar de dinamite
Tell me what you've got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
Kick senseless my defenses
Insensato a derrubar minhas defesas

Tell me what you're gonna do
Me diga o que você vai fazer
I need you to light the fuse
Eu preciso de você para acender o pavio
Tell me what you've got to break down the walls
Me diga o que você tem para quebrar as paredes
You just might need dynamite
Você só pode precisar de dinamite


Ela olhou pra frente finalmente, e me viu parado junto com o meu pai, observando seu show. Ela me encarou com aquela expressão triste e incrivelmente linda em seu rosto de anjo. Estava vestida toda de preto com um short curto e colado, uma blusa de alça, usava uma sapatilha, meias grossas que iam até a altura do joelho. Por cima da meia, em uma das pernas tinha uma fita que ia desde o pé até a altura da coxa. Ela também estava com luvas, que iam até acima do cotovelo, e também tinham fitas por cima dando um efeito diferente na sua roupa sexy.

When the walls come crashing down
Quando as paredes estiverem caindo
I hope you're standing right in front of me
Espero que você esteja de pé em frente a mim
When my past lies all around
Quando as mentiras do passado estiverem em volta de mim
Cause all you to need to save me is to intervene
Tudo que você precisa para me salvar é intervir
And make the walls come crashing down
E fazer as paredes virem a cair

Got, got dynamite?Eu tenho dinamite?


A musica parou e então todos aplaudiram, meu pai e eu inclusive. Ela desviou os olhos de mim, e agradeceu, largando o microfone na mão de outra vampira e indo na direção da Selena que esperava no outro lado do salão.

_Paul, Joe? O que fazem aqui?_ Marcus apareceu de repente em nossa frente.
_Olá, desculpa mais você marcou conosco pra resolvermos o assunto do... Trevor.
_Ah, claro, eu havia me esquecido.
_Nós podemos resolver depois_ meu pai ofereceu.
_Não, tudo bem, venham, vamos conversar em um lugar mais reservado.
_Tudo bem.

Ele foi nos guiando pelo salão, passando no meio dos vampiros, até parar onde a Demi e a Selena estavam conversando, ambas com uma taça de vinho na mão. As duas se viraram pra nos encarar.

_Desculpa interromper a festa de vocês_ meu pai disse.
_Tudo bem_ ela disse, evitando me encarar.
_Eu ofereceria uma bebida, mais não temos refrigerante nem vinho_ Marcus disse rindo.
_Tudo bem, não estou com sede_ meu pai riu também.

Foi só ai que me manquei que o que ela tinha na mão não era uma taça de vinho, era sangue.

_Filha, se incomoda se formos conversar lá dentro?
_Não_ ela forçou um sorriso_ isso aqui já tava mesmo me enchendo.
_Ótimo

Nós quatro fomos juntos até o escritório do Marcus, ele se sentou em sua cadeira, mais eu e meu pai preferimos ficar de pé, ela parou no meio de nós dois.

_Desculpem, eu havia me esquecido do nosso compromisso_ Marcus se desculpou.
_Tudo bem, não tem problema.
_É que hoje é um dia especial, é aniversário da Demi_ ele explicou.
_Verdade?
_Sim, está completando...
_Eles não precisam saber minha idade_ ela o interrompeu.
_Qual o problema?_ ele perguntou.
_Eu não quero que os vira-latas saibam minha idade_ ela sorriu cínica e se virou pro meu pai_ Nada pessoal.
_Tudo bem_ ele falou.

Eu a olhei incrédulo, porque ela não me contou que faria aniversário? Tentei disfarçar o máximo que pude minha indignação.

_A propósito_ meu pai continuou_ você canta muito bem.
_Obrigada_ ela sorriu e deu um gole em sua... Bebida.
_Bom, como você não gosta mesmo de comemorar acho que não vai se importar se te mandar resolver um assunto pra mim_ Marcus disse.
_Que assunto?
_Trevor Bennet_ ele deu uma pasta na mão dela_ Trabalha a noite em um posto de gasolina no fim da estrada principal.
_Tudo bem, eu queria mesmo sair daqui_ ela sorriu.
_Tem mais uma coisa, sei que prometi que não te mandaria mais trabalhar com ele_ ele me lançou um olhar cauteloso_ mais é que...
_Tudo bem_ ela o interrompeu_ não tem problema, ele pode vir.
_Você não se importa?_ meu pai perguntou.

Ela bebeu o resto do sangue na taça, colocou em cima da mesa e se virou pra olhá-lo, jogando a pasta na mão dele.

_Eu sou profissional_ disse.

Ela se virou sem me olhar e saiu da sala, eu apenas a segui em silencio. Do de lado de fora a Selena esperava com duas capas na mão.

_Não vou precisar_ a Demi recusou_ vai estragar meu visual.
_Ta bem.
Ela continuou andando.
_Da um tempo pra ela_ a Sel me disse_ ela ainda ta chateada por... Você sabe.
_Ta legal_ suspirei e a segui.

Nós andamos em silencio até o lado de fora, ela parou entre as árvores e se virou pra me olhar séria.

_Anda, se transforma pra podermos ir_ sua voz era cortante.
_É assim que vai ser agora? Via ficar me tratando mal?
_Não tenho tempo pra isso agora_ falou.
_Ótimo então, se é assim que você quer.

Me transformei sem dizer mais nada e começamos a correr, já estava escurecendo. Em questão de minutos chegamos ao posto de gasolina, voltei a minha forma humana e sem mais nenhuma palavra entramos. O cara tava atrás do balcão da pequena loja que tinha ali. 

_Em que posso ajudá-los?_ ele perguntou.
_Em muita coisa_ ela falou com sua voz sedutora, se inclinando no balcão.
_Me diga o que.
_Você é Trevor Bennet?
_Eu mesmo, sou seu servo_ ele falou sorrindo_ a propósito adorei as lentes.
_Obrigada.

Carinha abusado, minha vontade era tacar a cabeça dele contra parede. Ela se sentou no balcão, ele arregalou os olhos, olhado fixamente pras pernas descobertas dela.

_Érr... O que uma deusa como você quer de um cara como eu?
_Você_ ela segurou a gola da camisa dele_ conhece um cara chamado Marcus?
_Eu... Conheço muitos... Marcus_ ele gaguejou.
_Bom, esse é diferente_ ela se aproximou mais dele_ Você ta devendo uma grana pra ele.
Os olhos dele se arregalaram ainda mais.
_Não precisa fazer essa cara_ ela sorriu.
_Você é uma...
_Exato, e se você colaborar, ninguém vai se machucar.
_Eu ia pagar é que...
_Não tem que explicar, é só pagar_ disse zangado, minha voz saiu áspera e o cara se encolheu com medo.
_Eu, eu vou buscar_ ele garantiu.
_Ótimo_ ela disse.

Ele entrou em uma porta que tinha no fundo da loja, ela continuou sentada no balcão e se virou pra me olhar.

_Não precisava falar daquele jeito_ ela reclamou.
_Não precisava se insinuar daquele jeito_ rebati no mesmo tom.

Ela bufou e olhou pro lado zangada, cruzando os braços. Eu cheguei mais perto, me escorando no balcão entre suas pernas. Ela me olhou fixamente.

_Posso saber por que estamos brigando?_ perguntei.
_Desculpa meu mal humor_ ela descruzou os braços.
_Nós precisamos conversar sobre o que aconteceu_ escorei minha mão em sua perna.
_Eu sei. Pode ser depois? Estamos trabalhando agora.
_Nós vamos mesmo conversar ou você vai fugir como fez da ultima vez?
_Depois_ ela repetiu.

Ela levantou a perna e colocou o pé em meu peito, me empurrando delicadamente pra longe dela. Então o cara voltou com uma maleta na mão.

_Ta tudo aqui_ ele colocou o dinheiro em cima do balcão.
_Obrigada, você é um amor_ ela se inclinou em cima do balcão e deu um beijo na bochecha dele.
_Não tem de que_ ele falou com uma cara de idiota.

Ela pegou a maleta e nós andamos calmamente pra fora, voltando a nos esconder entre as árvores. Corremos de volta a casa, mais antes de entrar segurei seu braço.

_Que se ta fazendo?_ ela me olhou confusa.
_Antes de a gente entrar, preciso saber quando vamos poder conversar.
_Pode ser amanha no mesmo lugar de sempre?
_Amanha então_ concordei.

Ela se virou pra entrar, mais eu não deixei, continuei a segurar seu braço.

_O que foi agora?_ ela perguntou impaciente.
_Eu te amo_ falei.
_Também amo você_ sussurrou, com um sorriso triste no rosto.

Eu a puxei com força pelo braço, sem dar chance pra que ela escapasse. A segurei pela cintura e a beijei, ela resistiu um pouco, assustada e preocupada como sempre, mais então correspondeu, jogando sua mão envolta do meu pescoço, me beijando com mais vontade que de costume. Então cedo de mais se afastou, escorando sua testa na minha, nós dois respirando com dificuldade. 

_Nós temos que entrar_ sussurrou um tempo depois.
_Ta bem_ concordei e dei um ultimo selinho antes de soltá-la_ a propósito... Feliz aniversário.

Ela se afastou de mim, revirando os olhos zangada, respirou fundo pra se recompor e fez uma careta, provavelmente por sentir meu cheiro. Eu fiz o mesmo, então nós entramos, passando pela multidão de vampiros e indo até o escritório onde meu pai e o dela riam juntos de alguma coisa.

_Aqui_ ela colocou a maleta na mesa.
_Obrigada, vocês nunca decepcionam né?_ Marcus falou ainda rindo.
_Claro que não_ ela forçou um sorriso.

Depois de acertar tudo fomos embora, deixando eles na festa.

Narrado pela Demi

Eu voltei pra festa, tentando em vão me divertir, até que minha irmãzinha apareceu.

_Feliz aniversario maninha_ ela chegou perto e me abraçou.
_Obrigada.
_Eu já sei de tudo_ sussurrou quase inaudivelmente em meu ouvido, ainda abraçada a mim.
_Como é?
_Você e o lobisomem.
_Não sei do que esta falando_ disfarcei.
_Sabe sim, eu ouvi você conversando com a Selena e vi você aos beijos com ele lá fora agora pouco.
_O que você vai fazer?_ perguntei preocupada.
_Por enquanto nada_ ela riu_ mais é melhor você ficar ligada e tomar cuidado comigo.
_Você não presta_ acusei.
_Não sou eu que estou traindo a confiança do papai.

Ela se afastou pra me olhar, sorrindo vitoriosa ao ver minha expressão de horror. 

_Feliz aniversário maninha querida.